Yoroiden Samurai Troopers (Soldados Samurai de Armaduras Lendárias, em tradução livre, e 鎧伝サムライトルーパー na grafia original, distribuído nos EUA como Ronin Warriors e na América Latina como Samurai Warriors) é uma série animada com trinta e nove episódios produzida pelo estúdio Sunrise e exibida originalmente de 30 de abril de 1988 a 4 de março de 1989. Além da série original, foram produzidas mais três séries no formato OVA: Yoroiden Samurai Troopers: Gaiden (Soldados Samurai de Armaduras Lendárias: Narrativa Complementar, em tradução livre) com dois episódios lançados em 1989, Yoroiden Samurai Troopers: Kikoutei Densetsu (Soldados Samurai de Armaduras Lendárias: A Lenda do Sol Soberano, em tradução livre) com quatro episódios lançados de 1989 a 1990 e Yoroiden Samurai Troopers: MESSAGE (Soldados Samurai de Armaduras Lendárias: MENSAGEM, em tradução livre) com cinco episódios lançados em 1991. Além da série original, foram produzidas duas séries de histórias em quadrinhos baseadas na série animada.
Yoroiden Samurai Troopers foi publicada na revista Comic BomBom da editora Kodansha em 1988 simultaneamente à exibição original da série animada. Os roteiros são de Yatate Hajime — o pseudônimo coletivo utilizado pela equipe de roteiristas da Sunrise —, e as ilustrações foram feitas por Hoshino Ryuuichi — que trabalhou também nos títulos baseados em videogames lançados para Famicom da Nintendo, Fami Ken Ryu e SD Gundam Gaiden: Kishi Gundam Monogatari, e em Roller Police Taiyou Keiji (1983–1984) — e posteriormente em dois volumes encadernados em formato tankoubon lançados em 17 de novembro de 1988 e 17 de fevereiro de 1989.
Como na versão animada, a HQ inicia com Arago, o imperador do Youja Kai (Mundo da Malícia), invadindo Shinjuku e fundindo a parte da dimensão de seu reino com a região central da metrópole de Toukyou com o intuito de anexar o Ningen Kai (Mundo Humano) aos seus domínios. A invasão do Youja Kai é liderada pelos quatro mashou (generais malignos) de Arago, que comandam seu exército na captura da população. A narrativa já começa com Nasti Yagyuu — uma jovem de ascendência francesa estudiosa de folclore japonês —, Yamano Jun — um garoto de oito anos que teve os pais raptados durante a invasão do Youja Kai — e Shuu Rei Fan (grafia japonesa para o nome chinês Xiu Li Huang), um jovem descendente de chineses que é usuário da armadura lendária — chamada yoroi-gear — Kongou (cuja tradução literal seria algo como “resistente ouro”, mas trata-se de um termo literário/poético comumente utilizado para referir-se ao diamante ou a minerais lendários supostamente indestrutíveis, como o vajra da mitologia hindu e o adamantine da mitologia greco-romana), de uma das cinco armadoras lendárias que supostamente poderiam derrotar a invasão do Youja Kai. O conceito geral da argumento do primeiro arco da HQ é similar ao da série de animação, mas tem um desenvolvimento diferente. Na versão em quadrinhos, Shuu, Nasti e Jun vão até o Monte Fuji em erupção acreditando poder lá localizar a yoroi-gear de Rekka (“Fogo Ardente”, em tradução livre). Lá eles encontram Sanada Ryou e o tigre que o acompanha, Byakuen (Chama Branca), e passam a ser perseguidos pelas tropas do Youka Kai comandadas pelos quatro mashou de Arago, que também utilizam yoroi-gears. Na fuga dos exércitos do Youja Kai, Ryou manifesta ser o usuário da yoroi-gear de Rekka, e a partir daí o grupo passa por uma rápida jornada para reunir-se com os outros três portadores das yoroi-gears enquanto são confrontados pelos mashou.

Há várias referências à História e a tradições japonesas — apesar de os personagens não viajarem para tantos locais e paisagens famosas do Japão como ocorre na série animada —, sendo que os protagonistas são apresentados como descendentes de figuras históricas do Período Sengoku, principalmente do século XVI e XVII, e as yoroi-gears possuem nomes vindos de termos poéticos japoneses tradicionais. Nasti é descendente do samurai Yagyuu Juubei Mitsuyoshi (1607–1650). Já Ryou é o sucessor do Sanada Juuyuushi (Dez Bravos de Sanada), grupo de ninja que servia a Sanada Nobushige/Sanada Yukimura (1567–1615), e foi treinado pelo avô como um shinobi. Na sequência de combates, os demais portadores das yoroi-gears que vão se reunindo aos protagonistas são Hashiba Touma, descendente de Toyotomi Hideyoshi (1537–1598) e portador da yoroi-gear de Tenkuu (“Firmamento” ou “Celeste”, em tradução livre), Date Seiji, descendente de Date Masamune (1567–1636) e portador da yoroi-gear de Kourin (“Auréola”, “Halo” ou “anel de luz que emana do que é sagrado”, em tradução livre ), e Mouri Shin, descendente de Mouri Motonari (1497–1571) e portador da yoroi-gear de Suiko (“Torrente” ou “Leito Aquático”, em tradução livre). Shuu é descendente de um imigrante chinês que, por sua vez, descendeu de Genghis Khan (1162–1227). Dessa forma, os protagonistas seriam herdeiros de diferentes famílias samurai tradicionais incumbidas da guarda das yoroi-gears até o dia em que o Youja Kai tentaria invadir o mundo humano.

Já os quatro mashou tratam-se de samurai do Período Sengoku que ganharam vida prolongada de Arago ao tornarem-se seus vassalos: Oni Mashou (General Maligno Demônio) Shuten Douji — nomeado a partir do oni Shuten-Douji do mito xintoísta —, Doku Mashou (General Maligno do Veneno) Naaza — nomeado a partir do Naaga do mito hindu —, Yami Mashou (General Maligno da Escuridão) Anubis — nomeado a partir do mito egípcio — e Gen Mashou (General Maligno na Ilusão) Rajura. E o primeiro arco da HQ se dá com a reunião dos protagonistas, seus confrontos com os mashou e o encontro com Chaos, um misterioso monge que serve como guia dos personagens, até se sacrificar para garantir a entrada dos Samurai Troopers no Youja Kai para confrontar Arago. Chaos carrega um shakujou, o nome japonês para o cajado de monge peregrino budista, contendo seis anéis. Diferente do shokujou de quatro anéis portado por monges comuns, o shokujou de seis anéis é parte da iconografia dos bodhisattva, espíritos que já atingiram o estado de iluminação e não precisam mais encarnar em formas humanas, mas o fazem mesmo assim para auxiliar aqueles que ainda estão presos ao ciclo de morte e renascimento.

Algo destacável é que a revista Comic BomBom, na qual a HQ foi originalmente publicada, é uma publicação de demografia kodomo, ou seja, voltada para um público de até dez anos de idade, e a série animada original é um Battle Shounen, gênero voltado para público jovem masculino tendo como tema dramas de batalha. Mais precisamente, faz parte da tradição do subgênero do Battle Shounen da década de 1980 conhecido como Spirits, que costuma abordar temas mitológicos e armaduras sobrenaturais. O resultado foi que a versão em história em quadrinhos de Yoroiden Samurai Troopers resultou com elementos mistos das duas tradições de quadrinhos japoneses. Uma dessas características é o fato de a versão em quadrinhos ter uma história muito mais direta do que a versão animada. Na animação, o grupo de protagonistas se reúne logo no início já portando suas yoroi-gears e são separados durante um ataque de Arago, que faz com que Nasti e Jun iniciem uma viagem por vários locais consagrados do Japão iniciando pelo Monte Fuji para resgatar os cinco samurai em pontos de concentração elementais relacionados às suas respectivas yoroi-gears para se reunirem e revidarem o ataque do Youja Kai. Na HQ, a história se desenvolve diretamente a partir da busca dos cinco integrantes, que ainda não se conhecem, enquanto confrontam os quatro mashou e os estratagemas criados por estes para impedi-los. Sendo que os obstáculos criados pelos mashou são bem diversos daqueles apresentados na versão animada.

A narrativa toda tem um tom misto de kodomo e shounen. Ao mesmo tempo que a trama se desenvolve de forma direta e com personagens moralmente bem definidos — por exemplo, não há presença de ambiguidade nas ações dos quatro mashou como ocorre na série animada, nem a mudança de lado de Shuten ao despertar a virtude da sua armadura —, há cenas de forte impacto que não aparecem na versão animada. Por exemplo, não há a intenção de proteger Jun, uma criança de oito anos, de presenciar as batalhas, pelo contrário, ele chega a ser incentivado e ganha de Ryou sua espada ninja quando este recebe suas duas novas katana ao despertar o poder da armadura de Rekka. Ainda, na versão animada há uma menção sobre os humanos capturados serem transformados em jiryoushuu (multidão de espíritos terrestres), almas corrompidas a serviço do Youja Kai. Na HQ, são mostrados os humanos capturados na invasão de Shinjuku sendo transformados em jiryoushuu agonizando enquanto sofrem deformações dentro de casulos, ou uma menina capturada amiga de Jun que é usada pelo Youja Kai contra os Samurai Troopers e acaba morrendo. Ou ainda, na série animada, os pais de Jun são capturados no início da invasão do Youja Kai, o que faz com que ele fique aos cuidados de Nasti e Ryou, mas, mesmo depois do Youja Kai ser separado de Shinjuku, os pais de Jun não são mais mostrados, e o garoto continua aos cuidados do grupo. Na versão em quadrinhos, os portão para o Youja Kai que surgem em Shinjuku são formados de massas de corpos das pessoas que estavam presentes no ataque inicial, e Jun vê sua mãe entre a pilha de cadáveres fundidos. Além de outras cenas com transeuntes sendo incinerados na primeira investida do Youja Kai contra a cidade ou Arago decapitando prisioneiros humanos para drenar o sangue das vítimas e assim aumentar seu poder. Logo, ao mesmo tempo que o desenvolvimento da narrativa foi simplificada pela equipe de roteiristas Yatate Hajime para ser facilmente compreendida pelo público infantil, os autores aproveitaram a versão em quadrinhos para desenvolver cenas mais visualmente impactantes relacionadas à crueldade dos métodos do Youja Kai e lhe dar uma estética grotesca a qual não teriam liberdade em uma animação para a televisão.
Formalmente a história em quadrinhos também é híbrida. Os personagens são desenhados com bastante abstracionismo icônico de formas arredondadas e de proporções atarracadas com cabeças e olhos grandes típicos do kodomo, mas algumas das criaturas monstruosas enviadas contra os Samurai Troopers e as cenas das vítimas humanas mortas e torturadas pelo Youja Kai têm um pouco de influência dos quadrinhos japoneses de terror dos anos 1970. Já os enquadramentos, a diagramação e as representações de movimentos das cenas de batalha são bem típicas do Battle Shounen. Entretanto o maior contraste com os desenhos de personagens em estilo kodomo são os desenhos das yoroi-gears, que seguem fielmente o design feito por Okamoto Hideo, responsável pelo design de armaduras da série de animação e dos OVAs, bem como por design de personagens de outras series e filmes, como Choujinki Metalder (1987–1988), Godzilla VS Destoroyah (1995) e Godzilla 2000: Millennium (1999). As yoroi-gears misturam elementos das armaduras samurai tradicionais com formas geometrizadas com estética futurista que muito se assemelham aos designs mecânicos de outra série animada criada pela Sunrise — que não só é pioneira na criação da estética dos Real Robot como é um dos poucos estúdios de animação japoneses que ainda dominam a técnica de produção de animação 2D manual representado dispositivos mecânicos complexos —, Mobile Suit Gundam (1979–1980) e sua sequências. O estilo Real Robot desenvolvido a partir das animações com temática tecnológica da Sunrise surgiu com a proposta de substituir a estética de formas cilíndricas e arredondadas das representações de robôs gingantes no Japão, existentes desde a década de 1950 e definida nos mechas presentes nas obras da década de 1970 de Nagai Gou (1945–) a partir de seu Mazinger Z (1972–1974), por mechas com designs geométricos de faces planas sob premissas do naturalismo visionário — a tentativa de representar segundo as regras de organização do espaço real como seria se algo que não existe no mundo real existisse de verdade. Assim os designs de armaduras criados por Okamoto são fortemente influenciados pelo estilo Real Robot da Sunrise, e estes designs são respeitados fielmente por Hoshino na realização das ilustrações da história em quadrinhos mesmo ao desenhá-las sendo trajadas por seus personagens no estilo kodomo. O hibridismo presente nas armaduras entre tecnologia tradicional e futurista está presente inclusive em seu próprio nome, composto de dois termos: “yoroi” a palavra japonesa para “armadura”, e “gear” a palavra inglesa para “mecanismo”.

Após o sacrifício de Chaos para levar os protagonistas até o Youja Kai para enfrentar Arago, e a yoroi-gear de Rekka ser severamente danificada, Ryou é separado dos companheiros e levado a uma visão do Japão do século X para contemplar a origem das yoroi-gears. Como na versão animada, Chaos fora um monge-guerreiro que enfrentara Arago em sua primeira tentativa de fundir o Mundo Humano ao Youja Kai mil anos antes e fora o responsável pela derrota de Arago. Entretanto, na versão em quadrinhos, Chaos, em meio ao combate, decapitou Arago, que conseguiu escapar de volta ao Youja Kai ocupando apenas o elmo e sendo este o motivo para que ele se manifeste apenas como uma cabeça voadora. O restante da armadura de Arago, que permaneceu no Mundo Humano, foi dividido por Chaos na forma das nove yoroi-gears. Cada uma das yoroi-gear teve inserida em si uma virtude humana que deveria ser possuída pelo usuário para que pudessem manifestar seu poder total como forma de mecanismo de proteção que impedisse Arago de voltar a usá-las. As virtudes concedidas a cada uma das yoroi-gears, em uma tradução livre tentando manter o significado original, são: Benevolência/Compaixão para Rekka, Retidão/Integridade para Kongou, Cortesia/Gratidão para Kourin, Fé/Confiança/Fidelidade par Suiko, Sabedoria para Tenkuu, Lealdade/Devoção para Oni, Consideração/Piedade Filial para Yami, Paciência/Resistência para Gen e Obediência para Doku.


Após a visão de Ryou sobre a origem das yoroi-gears, a yoroi-gear de Rekka é completamente destruída quando Ryou recebe a décima armadura criada por Chaos, que teria um poder sagrado, a yoroi-gear de Kikoutei (“Sol Soberano”, em tradução livre). Enquanto Ryou recebe a yoroi-gear de Kikoutei, os demais Samurai Troopers e os quatro mashou, após um confronto entre as duas facções, são absorvidos por Arago que utiliza do poder das yoroi-gears e do sangue dos humanos de Shinjuku assassinados para reconstruir seu corpo. O que leva ao final do arco tendo como centro o confronto entre Ryou contra Arago valendo-se da armadura de Kikoutei, que, como na versão animada, também obtém poder drenando a força das demais yoroi-gears. Entretanto, se na série OVA Yoroiden Samurai Troopers: Kikoutei Densetsu a yoroi-gear de Kikoutei é mostrada como possuidora de uma natureza maligna por ter sido criada sem uma virtude inserida em sua essência, na HQ Chaos explica a Ryou que seu poder vem da virtude possuída pelo usuário, independente de estar vestindo sua yoroi-gear original.


Há algumas outras diferenças em relação à versão animada que valem destaque. As espadas Gouretsuken, compatíveis com a yoroi-gear de Kikoutei, encontram-se seladas no próprio castelo de Arago e são rapidamente liberadas e usadas já no conflito final do primeiro arco. Outra é que, após a derrota de Arago e o fim da fusão do Youja Kai com Shinjuku, surge no céu uma segunda e maior lua ostentando o brasão de Arago. Ainda, após a primeira manifestação da yoroi-gear de Kikoutei, Ryou deixa de usar definitivamente a yoroi-gear de Rekka, que foi destruída. Bem como os outros quatro Samurai Troopers, que tiveram algum momento de destaque no início do primeiro arco, tornam-se coadjuvantes diante do protagonismo completamente centrado em Ryou.

O segundo arco começa com Ryou e Byakuen recuperando-se dos ferimentos da batalha, quando ocorrem uma série de terremotos que destroem parte de Toukyou e causam a morte de vários civis. Tal destruição é obra de Juganra (“Rocha Moldada Amaldiçoada”, em tradução livre), um doguu — bonecos de cerâmica produzidos pelas culturas pré-históricas japonesas durante a Era Joumon (c. 14000 a.C.–c. 400 a.C.), sendo as mais antigas esculturas de cerâmica conhecidas — gigante que age sob ordens de um misterioso agente do Youja Kai. Na batalha Seiji, Touma, Shin e Shuu são capturados e levados ao Youja Kai, enquanto Byakuen é assassinado. Um ponto interessante do roteiro é que quando os bebês doguu morrem no combate, o Juganra demonstra tristeza e raiva e morre tentando proteger seus demais filhos, mostrando que os monstros do Youja Kai também têm sentimentos humanos, algo que jamais é especulado na série animada. Bem como Jun, mesmo após a morte de Byakuen, demonstra compaixão ao salvar o último bebê doguu, um inimigo, após o fim da batalha.


No desenrolar do segundo arco, Ryou vai ao Youja Kai resgatar seus companheiros e descobre que a responsável pela sua captura é uma guerreira a serviço de Arago chamada Kayura. No confronto entre Kayura e Ryou, Badamon, o sacerdote jiryoushuu, usa de uma artimanha para que a armadura de Kykoutei absorva não os poderes das yoroi-gears dos quatro Samurai Troopers restantes, mas sim dos jiryoushuu, resultando em uma versão negra e amaldiçoada de Kikoutei que faz com que Ryou fique dominado por ódio. Apenas quando a placa peitoral usada por Kayura é danificada, é que a guerreira revela possuir também uma virtude: Amor, que liberta Ryou. Como na versão animada, Kayura é a herdeira do clã de Chaos que teve sua memória selada por Arago para que ela o servisse. Mas, diferente da animação, ela não herda o shakujou de Chaos, mas sim uma de suas sai se converte em um shakujou de seis anéis demonstrando que Kayura atingiu a iluminação.


A batalha final é bem diferente da versão animada, sendo protagonizada por Ryou e Kayura, e os demais Samurai Troopers se tornando meros coadjuvantes. Shin, Seiji, Shuu e Touma são presos à Youja Kikai (Máquina de Malícia), uma mistura de mecanismo, árvore e manifestação demoníaca que drena seus poderes para uso de Arago. Já os quatro mashou são fundidos em um único grande ser demoníaco chamado Guerreiro de Armadura Rajaoh (Rei da Injustiça Agregada). Por fim, Jun tem uma importante participação ao chegar na batalha final trazendo o shakujou de Chaos, cujo poder não apenas reviveu Byakuen usando sua própria yoroi-gear, como, através da compaixão demonstrada por Jun para o bebê doguu, restaurou a yoroi-gear de Rekka tendo o garoto como usuário. Assim, Ryou enfrenta Arago absorvendo a força combinada das nove yoroi-gears que resulta na armadura Kikoutei dourada. Ao final, os cinco protagonistas precisam se sacrificar parta proteger o Mundo Humano, deixando Jun com a armadura de Rekka e Byakuen ao lado de Nasti e de Kayura, que assume o posto de Chaos como protetora do mundo contra do mal vindo do Youja Kai.


Em 1992 foi publicado na revista Deluxe BomBom a Kodansha uma segunda série em quadrinhos baseada na série original e posteriormente publicada em uma edição encadernada tankoubon de volume único em 5 de dezembro de 1992. Chamada Shin Yoroiden Samurai Troopers (Novos Soldados Samurai de Armaduras Lendárias), teve roteiro do coletivo responsável pelo roteiro na animação e da HQ original, Yatate Hajime, em colaboração com Nikaidou Izumi e desenhos de Hosoi Yuuji (1950–), professor do Departamento de Manga da Universidade de Arte e Design de Kyouto e tendo trabalhado em vários títulos desde a década de 1970, com destaque para as muitas adaptações para histórias em quadrinhos de franquias de séries tokusatsu e videogames, como Kamen Rider, Super Sentai, Fatal Fury e Final Fight. Shin Yoroiden Samurai Troopers contou ainda com a Shioyama Norio fazendo o design de personagens e Okamoto Hideo fazendo o design de armaduras, a mesma dupla responsável pelos designs da série para a televisão e dos OVAs.

A narrativa tem início em 1992, quatro anos após a história original, sua premissa parte com Arago no Youja Kai preparando-se para uma nova tentativa de invasão do mundo humano quando é atacado e rapidamente derrotado diante de seu servo Ashura e a águia de estimação deste, Yasha Oh — ambos personagens tendo nomes originados na mitologia hindu e que também foram utilizados e explorados na história em quadrinhos e série animada Tenkuu Senki Shurato. A partir daí Ashura procura Kayura, que agora atua como monge andarilha herdeira de Chaos, em busca de auxílio. Arago havia sido destruído por um dos Shouten Hachi Ninshu (Oito Habitantes do Paraíso), dos quais Ashura quer se vingar.


Enquanto isso, um dos Oito Habitantes do Paraíso chamado Aquilon, o Kaze no Shito (Apóstolo do Vento), assassina um idoso responsável pela guarda de um templo em busca de possuir um conjunto de duas tachi — espada longa e curva usada por samurai antes do desenvolvimento da katana a partir do final do século XIII. Aquilon já possui a Hyouga no Tachi (Tachi do Gelo Gracioso) e deseja a Karin no Tachi (Tachi do Fogo Digno/Severo), que deveria estar protegida no templo, mas a descobre com um garoto de treze anos chamado Takeda Ryouga — aparentemente descendente de Takeda Shingen (1521–1573) — horrorizado em encontrar o avô assassinado. Aquilon tenta matar o garoto para roubar a espada, mas Ryouga é salvo por Byakuen, que lhe entrega a yoroi-gear de Rekka completamente restaurada e com um nova aparência. Ryouga é auxiliado por Kayura e Ashura, que estavam a procura de Byakuen — responsável por proteger as yoroi-gears.



A partir de então, Kayura passa a entender a ameaça dos Oito Habitantes do Paraíso, que fazem vítimas no Youja Kai e no Mundo Humano, e torna-se um tipo de mentora para Ryouga. Kayura conta-lhe a história das yoroi-gears e o acompanha, junto com Ashura, para proteger a Karin no Tachi e localizar as demais yoroi-gears perdidas. A narrativa continua com o grupo se dirigindo até Hokkaidou e encontrando Iwami Kai, um garoto local que tem um urso como melhor amigo e que é escolhido por Byakuen para herdar a yoroi-gear de Kongou. A jornada resulta em um confronto com outro dos Oito Habitantes do Paraíso, Garan, o Tsuchi no Shito (Apóstolo da Terra). Durante o confronto, o grupo é auxiliado por Hyoudou Saki, um antigo aluno de kendou de Date Seiji e atual portador da yoroi-gear de Kourin.

O arco finaliza com o encontro do grupo de protagonistas com os Oito Habitantes do Paraíso, que revelam servir ao Seiten Taitei (Imperador do Paraíso), a divindade que planeja conquistar e subjugar tanto o Youja Kai quanto o Mundo Humano. Raniel, o Kin no Shito (Apóstolo do Ouro) e líder dos Oito Habitantes do Paraíso, decide permitir ao grupo de Kayura reunir as demais yoroi-gears antes do confronto definitivo. Entretanto um segundo arco jamais foi publicado, ficando a história em aberto, sem o aparecimento dos demais portadores das yoroi-gears ou explicações sobre a importância das duas tachi.

Os Oito Habitantes do Paraíso também foram criados com inspiração em forças elementais. Além de Raniel, Aquilon e Gara: Moon, a Tsuki no Shito (Apóstolo da Lua), Kaen, o Hi no Shito (Apóstolo do Fogo), Ryuume, o Mizu no Shito (Apóstolo da Água), Yural, o Ki no Shito (Apóstolo da Madeira) e Olaiar, o Hi no Shito (Apóstolo do Sol).
A edição encadernada de Shin Yoroiden Samurai Troopers traz ainda os designs de personagens e armaduras feitos por Shioyama e Okamoto para a HQ. Neles constam designs detalhados para Kayura, Ashura, Yasha Oh, Ryouga, Kai e Saki, bem como para cada um dos Oito Habitantes do Paraíso. Há ilustrações explicativas para as novas yoroi-gears de Rekka, Kongou e Kourin, bem como para a yoroi-gear de Oni Mashou que seria utilizada por Ashura e cada uma das armaduras não utilizadas pertencentes aos Oito Habitantes do Paraíso. Além de ilustrações para as yoroi-gears de Tenkuu e Suiko e outros rascunhos não utilizados.




Estilisticamente, Shin Yoroiden Samurai Troopers é mais bem definido do que a Yoroiden Samurai Troopers. A obra é claramente um shounen, mas mais focada na aventura do que um Battle Shounen, provavelmente pela tradição da qual Hosoi faz parte desenhando histórias em quadrinhos de aventura desde a década de 1970. Os autores apresentam nova história que respeita e se filia a Yoroiden Samurai Troopers clássico, mas que traz uma série de novos elementos e personagens em uma narrativa com desenvolvimento um pouco mais complexo e os apresenta em um estilo mais de acordo com os quadrinhos de aventura da década de 1990, com personagens representados com corpos mais proporcionais, uso de cenários naturalistas e de vários efeitos de retículas. Já as ilustrações das yoroi-gears feitas por Hosoi se adéquam mais aos personagens e cenários do que acontecia na versão de Hoshino. Hosoi fielmente segue os designs feitos por Okamoto em estilo Real Robot, mas, diferente de Hoshino que os seguia de maneira a emular o estilo de Okamoto, Hosoi reproduz as formas gerais, mas as adapta para seu estilo dando formas levemente mais arredondadas e criando efeitos de tecido para os trajes utilizados por baixo das peças rígidas externas.

Yoroiden Samurai Troopers e Shin Yoroiden Samurai Troopers conseguem representar, expandir e respeitar a clássica série de animação enquanto a apresenta de diferentes formas para diferentes públicos.
Referências
YATATE Hajime; HOSHINO Ryuuichi. Yoroiden Samurai Troopers. Comic BomBom. Kodansha Comics BomBom. Vol. 1–2. Toukyou: Kodansha, 17 de novembro de 1988–17 de fevereiro de 1989.
YATATE Hajime; NIKAIDOU Izumi; HOSOI Yuuji; SHIOYAMA Norio; OKAMOTO Hideo. Shin Yoroiden Samurai Troopers. Kodansha Comics Deluxe, Kodansha Comics BomBom. Toukyou: Kodansha, 5 de dezembro de 1992.
Bem massa. Outro mangá que sempre quis ler e ter na coleçãp, mas nunca achei nem scan também. Sabe onde posso encontrar pra venda ou scan?
CurtirCurtir
Ocasionalmente aparecem em sites japoneses de leilões, mas os preços são meio instáveis. Já vi os dois volumes juntos por ¥ 10.000 e também já vi cada um por ¥ 300 ou ¥ 200.
CurtirCurtir
Excelente matéria, sempre quis saber mais sobre “Samurai Warriors”, muito obrigado pelo conteúdo.
CurtirCurtido por 1 pessoa