
Tenkuu Senki Shurato (Crônicas da Guerra Celestial Shurato, em tradução livre, e 天空戦記シュラト na grafia original) é uma série de quadrinhos de autoria de Kawamoto Hiroshi a partir da ideia original de Mihara Gou publicada em nove capítulos na revista Gekkan Shounen Comics da editora Shounen Gahousha a partir de julho de 1989 e posteriormente compilados em uma edição tankoubon em dois volumes publicados em 15 de janeiro de 1990 e 1 de agosto de 1990, respectivamente. A HQ foi ainda adaptada pela Tatsunoko Productions como uma série animada de trinta e oito episódios, exibidos entre 6 de abril de 1989 e 18 de janeiro de 1990, e mais uma série chamada Tenkuu Senki Shurato: Sousei e no Antou (Crônicas da Guerra Celestial Shurato: Batalha das Sombras pela Criação do Mundo) de seis episódios no formato OVA lançados entre 16 de setembro de 1991 e 16 de março de 1992. Há ainda uma adaptação no formato de novela em seis volumes de autoria de Akahori Satoru. A série segue a tradição do gênero battle shounen, e mais precisamente o subgênero conhecido como spirit, que mistura aventura e batalhas com temas mitológicos. Kawamoto desenvolveu sua história a partir de referências do Hinduísmo e de apropriações da mitologia hindu feitas pelo Budismo.

A história da Tenkuu Senki Shurato segue a estrutura de divisão em três atos. O primeiro ato conta com uma introdução e dos dois capítulos. Na introdução é narrada, resumidamente, a ocorrência de uma batalha há dez mil anos entre os nobres deva, liderados pela divindade Vishnu, e os violentos asura, liderados por Shiva, pelo controle do Mundo Celestial (Tenkuukai). Tendo sido derrotados, os asura foram banidos, e o Mundo Celestial permaneceu em paz. A partir do primeiro capítulo, são apresentados os personagens Shurato e Gai, dois jovens amigos que desaparecem na véspera de uma competição de artes marciais da qual iriam participar. Shurato desperta em um local estranho e descobre que passou por uma transmigração, ou reencarnação, que o levou, junto com Gai, para uma nova vida no Mundo Celestial. Shurato é recebido por Reiga, que sustenta o título Karura Oh (Rei Karura/Garuda), que o leva até a presença de Vishnu, a qual revela que Shurato é o espírito do Shura Oh (Rei Shura/Asura) que havia reencarnado como um humano e que agora fora convocado, pois o momento de retorno do exército divino dos asura de seu exílio, liderado por Shiva, está próximo. Shurato, como o Shura Oh, é um dos Hachibushuu (O Grupo dos Oito), também conhecido no Japão como Tenryuuhachibu (Os Oito Dragões Celestiais), que nas tradições hindu e budistas são um grupo formado por oito entidades míticas de diferentes classes reunidas para serem membros do conselho e protetores de Dharma e guardiões de Buddha.


Entretanto há duas complicações para Shurato, que a princípio renega sua função como Shura Oh e deseja voltar ao mundo dos humanos e sua vida lá. Primeiro, que, ao chegar ao Mundo Celestial, ele é atacado por Gai, que se apresenta como Yasha Oh (Rei Yasha/Yaksha), agora com um comportamento violento e cruel, que parece não lembrar de sua antiga vida como o amigo gentil de Shurato, e que é abandonado por Reiga devido às suas atitudes beligerantes. O segundo é que, por meio de traição, Vishnu é transformada em uma estátua pedra, deixando o Mundo Celestial vulnerável à iminente investida dos asura.


O segundo ato, compreendendo os capítulos dois a oito, é dividido em duas frentes narrativas simultâneas. A primeira em que Shurato, ainda hesitante, é confrontado por um Gai, que sente prazer ao ver Shurato sofrer e que planeja matá-lo a qualquer custo. O segundo foco narrativo está nos personagens membros do Hachibushuu, o já citado Reiga, Hyuuga — que ostenta o título de Ten Oh (Rei Celeste/Deva) — e Ryouma — sob o título Ryuu Oh (Rei Dragão/Naga) —, em confronto com a primeira onda de invasão asura após o retorno do castelo de Shiva ao Mundo Celestial.

O terceiro ato também é dividido em duas frentes. Em uma delas é narrada a peregrinação de Shurato ao oeste em busca da arma definitiva para vencer a guerra: o shakti de Brahma. Simultaneamente, Reiga, Hyuuga e Ryouma protegem o palácio de Vishnu do grande ataque dos asura, enquanto Vishnu está vulnerável preparando a ressurreição dos deva mortos em combate e dos demais membros do Hachibushuu para reforçar o exército divino dos deva.

Um ponto relevante na obra são as relações que estabelece com a mitologia hindu e budista. Um desses elementos é a dicotomia entre deva e asura. Os deva costumam ser apresentados como entidades com capacidades superiores às humanas e de caráter divino ou semidivino, associadas à bondade e que atingiram um estado de transcendência através do desapego. Alguns deva são personificações de forças naturais ou valores morais elevados. Já os asura também são entidades sobre-humanas, mas ainda vinculadas ao apego ao mundo material e, por isto, passíveis de serem influenciadas pelas paixões mundanas, como cobiça, ganância e violência. Algumas interpretações posteriores apresentam tanto os deva quanto os asura como espécies de semideuses, entretanto relacionando os asura a concepções malignas e inferiores e os deva à bondade e generosidade. Ainda, há uma associação aos deva como responsáveis pela organização das forças naturais do mundo, e os asura com a organização das forças sociais e de interação entre humanos. No conjunto de mitos sobre os dois grupos existem versões que afirma que deva e asura possuem uma mesma origem genealógica, bem como narrando histórias de asura caridosos ou ainda que passaram a ser considerados deva. O que leva ao entendimento de que a oposição entre deva e asura está na capacidade ou incapacidade destas entidades transcenderem seu vínculo com o mundo material e o apego a ele e associando este desapego das paixões mundanas transitórias em favor de uma consciência da verdade eterna a um estado superior de existência.

A partir de premissas apropriadas dos mitos, Kawamoto faz uma diferenciação gráfica em sua narrativa nomeando os antagonistas dos deva como “アスラ” (literalmente “asura”) e Shurato como o Rei “修羅” (“shura”, conforme o termo foi recebido pelo budismo japonês). Assim, ao Shurato ser apresentado como a reencarnação do Shura Oh, o rei asura que pertencia ao grupo de guardiões do Dharma e de Buddha, ele está, portanto, moralmente integrado aos deva. Mas, ao mesmo tempo, serve como indício para a ligação de Shurato com o mundo material e o apego à sua antiga vida encarnado como humano. Tal fato pode ser constatado na reação de Shurato à revelação de sua natureza como deva e Hachibushuu em que demonstra não ter interesse nos assuntos divinos, mesmo que seus conflitos possam influenciar diretamente na harmonia da vida humana, e tendo como único objetivo fazer com que Gai volte a ser como era antes de sua transmigração como deva e, juntos, possam voltar à sua antiga vida como humanos. O que motiva Shurato é exclusivamente a recuperação de um modelo de vida ao qual estava apegado, mesmo que para isto tenha de ignorar uma série de verdades até então ocultas sobre a organização do universo e sua própria natureza.
Já Gai, ao ser apresentado como o Yasha Oh, também dá indícios da sua condição e função na narrativa. Os yaksha costumam ser representados com entidades ambíguas, com caráter duplo, que podem ser generosas e prestativas ou cruéis e violentas. Essa ambiguidade está presente no personagem que é mostrado primeiro como um gentil amigo em sua vida como humano, e depois como agressivo e maligno em sua vida como deva após ter “trevas” incutidas em seu “coração”. Uma diferença em relação à adaptação com a série animada é que na versão original Gai tem uma genialidade maldosa bem consciente e capaz de sutilezas e criatividade de quem teve sua forma de pensar e agir alterada, enquanto na adaptação Gai parece mais um tipo de autômato sob controle mental externo que repete suas ações agressivas mecanicamente.

Ainda, há uma sutileza nos nomes dos protagonistas conforme são escritos por Kawamoto. Em seu período de vida como humanos, o nome de Shurato é grafado com as escritas kanji — ideogramas de origem chinesa — e hiragana — escrita fonética de origem japonesa de uso convencionado para palavras originadas no próprio idioma —, sendo “Shurato” com “秋亜人” (cuja tradução literal seria algo como “demi-humano do outono”), e Gai na forma “凱” (triunfo). Entretanto, após passarem pela transmigração para a forma de deva, “Shurato” e “Gai” passam a ser grafados através do katakana — escrita fonética de origem japonesa de uso convencionado para palavras originadas de idiomas não japoneses ou neologismos — como “シュラト” e “ガイ”, indicando tratarem-se de nomes não japoneses e que apenas coincidem foneticamente com os nomes que os personagens tiveram em sua vida como humanos.
A relação entre as inclinações dos personagens e as forças míticas que usam como alegoria também estão presentes em outros personagens. Hyuuga, o Ten Oh (que pode ser traduzido como “Rei Celeste” ou ainda “Rei Deva”, uma vez que o vínculo com o céu está na própria etimologia da palavra “deva”), é o mais dedicado aos companheiros e à Vishnu dos membros do Hachibushuu e o que se mostra disposto a sacrificar sua vida material pelos companheiros e para a manutenção da harmonia do mundo. Ou ainda Ryouma, que traz características do rei naga mitológico Shesha (cujo nome pode ser traduzido como “Aquele que Perdura” após ter sobrevivido à destruição e recriação do mundo), que é devoto leal de Vishnu e uma representação da amizade. Sendo Ryouma um dos poucos a sobreviverem ao primeiro ataque dos asura e mais uma vez reproduz as ações de Shesha no mito ao permanecer lutando para proteger Vishnu enquanto esta está firmemente concentrada em sua meditação. E Reiga, como Rei Garuda, personifica a função de emissário de Vishnu e a alegoria da coragem, inclusive ao fazer o papel de interlocutor que contextualiza Shurato de seus deveras como deva e o instiga a enfrentar as adversidades.

Formalmente, Kawamoto combina desenhos de rostos angulosos típicos dos quadrinhos japoneses dos anos 1980 com, a princípio, estilizações anatômicas próximas às proporções do abstracionismo icônico de Ishinomori Shoutarou (1938-1998). Ao longo da série, vai mudando seu estilo de representação do corpo humano para formas mais alongadas mais próximas do padrão seguido no período por outros autores. Dois pontos merecem destaque especial nos desenhos de Kawamoto para a série. O primeiro são os cenários, que combinam grandes vistas de paisagens naturais de mundos de fantasia com estruturas arquitetônicas inspiradas na tradição hindu, compostas de muitos detalhes e uso elaborado de retículas e representadas através do sistema de perspectiva linear para dar efeito de profundidade, e compor um Mundo Celestial com um toque de sublime maravilhoso.

O segundo destaque se dá no design das armaduras usadas pelos personagens. Chamadas na narrativa de shakti, termo utilizado na tradição hindu para tratar da força primordial que compõe o universo, elas são um exemplo de equilíbrio estético que combinam estruturas geométricas regulares cristalinas, inspiradas nas estruturas simétricas dos mecha da série Mobile Suit Gundam/Kidou Senshi Gundam (1979-1980) e suas sequências, sobrepostas por detalhes curvilíneos orgânicos inspirados em estilos formais indianos. Ao trajarem seus shakti¸ os personagens de Kawamoto parecem perder as características estilizadas na representação de seus corpos, para assumirem formas simétricas e, ao mesmo tempo, orgânicas que parecem ser simultaneamente tecnológicas e sobrenaturais.

Se pensarmos no contexto genealógico de Tenkuu Senki Shurato na tradição dos quadrinhos japoneses, a série indubitavelmente descende de Saint Seiya (1986-1990) de Kurumada Masami (1956-). Ambas as histórias, além de seguirem a tradição temática do shounen de representar amizade e superação, abordam jovens guerreiros que alcançam o estado de semideuses ao aceitarem a revelação dos mistérios sagrados que levam à compreensão da energia que age como princípio moldador e organizador do universo, o cosmos em Saint Seiya e o soma em Tenkuu Senki Shurato. Em harmonia com essa força, o humano torna-se um com as forças naturais e, assim, capaz de tentar se igualar, mesmo que apenas por alguns instantes, aos deuses. Ainda, os shakti seguem a tradição das cloth de Saint Seiya ao servirem não apenas como armaduras de combate, mas também permitir ao usuário personificar uma determinada entidade de um panteão ou conjunto de mitos e, desta forma, tornar-se uma continuidade desta divindade, incorporar seus atributos e assumir uma função social dentro das narrativas relacionados a este conjunto de mitos. Com esse intuito, os shakti possuem formas de acordo com a iconografia de animais sagrados ao hinduísmo, como a forma de naga do shakti de Ryouma e a de garuda do de Reiga.

Também é na tradição de Saint Seiya que Vishnu é representado como uma figura feminina, uma deusa bondosa que, em sua busca por harmonia, dispõe-se a confrontar os outros deuses. Vishnu, O Preservador, e Shiva, O Destruidor — que juntos com Brahma, O Criador, compõem o Trimurti, a deidade suprema do hinduismo — são representados de forma maniqueísta, estando Vishnu tentando estabelecer a harmonia para os deva, e Shiva trazendo a desarmonia das paixões e a destruição insensata com os asura. Tal concepção do conflito entre as forças primordiais do universo despreza toda uma tradição de ambiguidade e complexidade presente nos mitos relacionados a estas divindades, da mesma forma como ocorre em Saint Seiya na oposição entre Athena e os demais deuses da tradição grega.

A principal influência gerada por Tenkuu Senki Shurato em produções posteriores seu deu em relação ao grupo CLAMP, que chegou a produzir um doujinshi sobre a série no início de suas atividades e a história Tenkuu Senki Shurato Original Memory: Dreamer em 1990. Ele ainda foi uma das referências para o primeiro trabalho com publicação oficial do grupo, RG Veda (1989-1996), iniciado pouco após o fim de Tenkuu Senki Shurato e que também aborda mitos do hinduísmo, bem como para Magic Knight Rayearth (1993-1995), cuja história também envolve protagonistas transportadas para um mundo de fantasia para se tornarem guerreiras. Não só a forma como as personagens de Magic Knight Rayearth são convocadas da Terra por uma figura feminina protetora de um mundo estranho, como as paisagens deste mundo, lembram as de Tenkuu Senki Shurato. Há também em Magic Knight Rayearth a presença dos mashin (gênios), uma mistura de robôs gigantes tripuláveis com entidades sobrenaturais conscientes, que têm designs que remetem aos shakti de Tenkuu Senki Shurato.

Diferente da série animada, que teve a trama expandida para se estender ao longo de trinta e oito episódios, a versão em quadrinhos e extremamente direta. A história se desenvolve em três momentos temporais, cada um relacionado a um dos atos, que se desenvolvem de maneira imediata sem saltos temporais na diegese, em que os eventos da narrativa vão se desenrolando um após o outro de maneira dinâmica. Um dos pontos fortes da história é que, apesar de não haver desenvolvimento profundo dos personagens por se tratar de uma narrativa curta, há espaço para que eles tenham seu momento de protagonismo. No segundo ato, enquanto Shurato é confrontado por Gai sem saber da traição contra Vishnu e do ataque ao palácio, são Reiga, Hyuuga e Ryouma quem enfrentam a invasão dos asura. Já no terceiro ato, apesar de Shurato ter seu momento de superação de dificuldades, descobrindo sua força oculta e aceitando seu destino como escolhido na busca pelo shakti de Brahma segundo os clichês da tradição shounen, o confronto final com Shiva se dá de uma maneira inesperada, em que o poder divino conquistado por Shurato como um guerreiro não é relevante para definir a batalha. O final de Tenkuu Senki Shurato nos diz justamente o contrário, que não é com o poder bélico que se atinge o estado necessário para superar a violência e o apego que domina os asura, tal caminho só o levaria a se tornar um deles. A transcendência de Shurato viria de sua eventual capacidade de abrir mão de seus apegos e paixões e de fato se tornar um deva pleno.



Referências
KAWAMOTO Hiroshi. Tenkuu Senki Shurato. Edição tankoubon. Vol. 1-2. Hit Comics. Toukyou: Shounen Gahousha, 1990.
Um dos primeiros animes que assisti, pelo qual tenho imenso carinho e saudosismo! Parabéns pela excelente matéria! E me diz, ainda consigo importar esses mangás?
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Olá! Obrigado! Eu importei minhas edições ano passado. Ele não é tão comum no Japão comparado a mangas mais populares por ter tido uma tiragem menor e menos reimpressões, mas ainda é possível encontrá-lo por preços em conta em sites de venda japoneses.
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Em qual site tu achou pra comprar? Podia escanear ele pra gente né? heh Abs
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De vez em quando aparecem exemplares em sites japonese de leilão, como o Yahoo! Japan Auctions. Como são edições com lombada quadrada, não tem como scannear sem estragar a lombada.
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Nossa, não fazia ideia de que Shurato tinha só 2 volumes de mangá. Bem que poderiam lançar aqui. De repente em uma versão big. Eu compraria. Inclusive porque acho o traço mais bonito que o do Kurumada, por exemplo.
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Espero que alguma editora brasileira de uma chance de trazer essa obra, é nostálgico, é curto, é visualmente atraente e parece bem mais que “uma cópia de Saint Seiya”, obrigado pela matéria.
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Há anos eu tenho uma dúvida, e você deve ser a pessoa certo pra me responder Rafael… No manga existem os 12 generais de Asra?
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Não. Além do Indra, no manga tem um grupo um primeiro trio de generais contra os quais eles lutam quem tem algum destaque e depois alguns guerreiros que são mais figurantes. No anime têm ainda os dois companheiros do Acalanatha, mas no manga eles são só citados como tendo sido derrotados e mortos pelo Gai na batalha de sua encarnação anterior.
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Interessante, eu não acho nada a respeito, tava achando que não existia general algum no manga… Esses 3 que aparecem são iguais a algum dos 4 generais do anime ou são diferentes? (Hailah, Antela, Santela e Kubilah)
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O primeiro trio é formado por Ashira, Baram (Baramu) e Vepal (Veparu). Além do Vikala (Bikala), o assistente de Shiva. Kundalini e Trailo são mostrados como mortos na batalha de dez mil anos atrás.
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Que legal descobrir 20 anos depois que ainda existem vilões que eu não conheço, to pensando em comprar o manga no Ebay, é meio caro, mas quero ver pessoalmente essas diferenças que você contou! Só mais uma dúvida Rafael, eles usam Shakti?
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Só o Bikala que não. Os outros todos têm seus shakti.
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Entendi, bom, eu vou comprar pra ver porque fiquei curioso com esses 3 generais ai, vlw Rafael, e parabéns pelo blog cara, é muito bom!!!
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Achei que Mithra (MaboroshiTei Mithra) aparecesse no mangá também, na novelização ele é o mestre da Sallas e do Mayuri e é um dos doze generais, também, mas ele é leal à Vishnu…
Me responde uma coisa, eu sei que a Rakesh (Lakshu) só aparece no mangá como uma sacerdotisa de Brahma antes do Shurato ganhar o shakti de grifo, mas, no mangá ela chega a usar o shakti de lince?
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Oi! A Laksh tem uma participação muito pontual na HQ, tanto que optei por não abordar essa participação no texto para não dar spoiler para os leitores que gostam de ler sem saber todos os acontecimentos previamente. Mas ela é representada mais como um entidade abstrata e não tem um shakti.
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Poisé, ela aparece meio que como uma “encarnação da vontade de Brahma”, você podia ao menos ter citado ao Myuu também kk, ou seja lá como a romanização correta do nome dela.
Mas você sabia que a obra de Hiroshi Kawamoto tem uma continuação? A Rakesh aparece nessa obra como uma Deusa da Harmonia e transmigra o Gai e o Shurato de volta ao mundo celestial pelo aparecimento de um novo inimigo, Molok.
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Em formato de quadrinhos, não localizei nenhuma outra obra oficial, só doujinshi. Sei das versões no formato novela/romance, mas não tive a oportunidade de ler. Quanto ao Mii, ele não aparece na narrativa em si, apenas em ilustrações do Kawamoto entre capítulos e nas orelhas com alguns comentários sobre a inclusão na versão animada ou não participação da HQ, da mesma forma que acontece com outros personagens como a Salas e o Mayuri.
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Eu tava falando mesmo daquela colega do Shurato e do Gai do mundo dos humanos, que parece com a Rakesh e que aparece no começo da história, achei que o nome dela fosse “Myuu”, mas meu japonês é muito sofrível. A verdade é que eu nunca li o mangá de Kawamoto, apenas vários resumos em alguns sites japoneses.
Uma coisa interessante que eu li uma vez, é que tanto o mangá quanto o anime de Shurato foram “cancelados”, e eles tiveram que terminar a história do melhor jeito possível com a limitação de páginas/episódios; originalmente ambas as obras eram para ser bem mais longas e é por isso que o mangá de shurato acaba meio que “de repente”. Nesse contexto, parece que uma ideia que seria trabalhada é que, na verdade, o Gai seria o sucessor de Shiva e não de Brahma. Assim, na batalha final, o Shurato ia purificar o Gai, ambos derrotariam Shiva e Gai se tornaria o novo Deus da Destruição; mas sem sofrer a corrupção do sohma negro. Assim, causando destruição apenas daquilo que precisava ser renovado, que era a função original da Shiva. O que, para mim, seria um final bem mais digno do que aquele que acontece no mangá.
Cara, sobre a obra que eu citei, ela é chamada de “黒衣の哀闘” (Kurokui no aido?) e ela se passa alguns anos após os eventos do mangá. Imagino que o mangá seja bem raro de encontrar no próprio Japão, então essa obra em especial deva ser ainda mais difícil .
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Ah, sim! Tinha até esquecido dessa personagem.
Eu gosto do desenvolvimento do manga. Acho que ele dá conta de apresentara história e resolvê-la antes de se tornar arrastado ou cansativo. Além de ser muito bem desenhado. Já a série animada é bem irregular. O primeiro episódio, a abertura e vinhetas são tecnicamente muito bons. Mas a partir do segundo ou terceiro episódio já cai para um nível regular. E a partir dos episódios da busca pelo shakti de Brahma, a qualidade técnica da animação cai muito devido aos baixos recursos, chegando a ter um ou dois episódios que usam apenas os quadros chave da animação, sem os quadros intermediários de transição. E apenas no episódio da luta final contra Shiva e no último episódio do epílogo da série que volta a ter um nível técnico bem elevado.
Esse “Kuroko no Aitou” eu não conhecia. Dei uma pesquisada rápida agora e parece ser uma edição difícil de se encontrar.
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Então, sobre a baixa de qualidade que aconteceu pela série tem uma razão para isso. Shurato perdeu o patrocínio da Bandai, porque as vendas dos brinquedos foram muito abaixo da média, você pode ver que, por exemplo, chega uma hora que os novos personagens deixam de usar Shakti, ou os novos shaktis que são introduzidos (como os dos Imperadores) são bem mais simples; isso tudo foi para cortar gastos. A verdade é que Tatsunoko meio que historicamente tem problemas financeiros, e outras obras dessa produtora na época de Shurato também sofreram desse mal. Assim, chegou um ponto em que a produção ficou tão prejudicada pela falta de verba que a animação teve que ser terceirizada para estúdios de animação na Tailândia, isso pode ser visto naquela parte que eles vão para o monte Shunin, cuja qualidade deixa bem a desejar. Cara, pra você ter uma ideia, originalmente Shurato era para ter 45 episódios,que foram cortados para 40 por razões de contrato e de sindicância (Sendo que os episódios 39 e 40 são um resumo da saga – similar ao “episódio 0” de Cavaleiros do Zodíaco).
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Muito boa a matéria acho Shurato incrível só gostaria de mais algumas imagens do manga
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Gosto muito desse subgênero de mangá/anime, pena que existem tão poucos. Esse lance da representação mitológica é muito interessante, queria ver mais mitologias exploradas dessa maneira, como a nórdica foi nas sagas Argard e Soul of Golds em Saint Seya, ou de adaptação própria como Shurato.
Infelizmente são poucas opções, temos Samurai Troopers com sua mitologia própria inspirada na cultura japonesa e fanfics, como Neter Aaru, que explora a mitologia egípcia em Saint Seya, semelhante ao feito com a nórdica pela Toey. Falando em Egito, sempre tive uma suspeita de que Mummies Alive da DIC teve leve inspiração nessa linha de animes.
Enfim, sempre me pego imaginando como seria uma obra nesses moldes (principalmente de Shurato), inspirado nas mitologias afro-brasileiras, com paramentas míticas e poder do axé.
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O subgênero do Battle Shounen conhecido como “Spirits” foi um fenômeno mais intenso na década de 1980 e depois disto perdeu bastante força. Existem outras obras que estabeleceram convenções para representação de mitologias nos quadrinhos japoneses, como “Gegege no Kitarou”, por exemplo, no qual o autor fez todo um trabalho de recuperação de mitos shintoistas e narrativas folclóricas do interior do Japão, mas o foco desta obra é mais na crítica social misturada com um pouco de humor do que nos dramas de combate.
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Por favor postem um resumo mais detalhado da história do mangá de Shurato, eu nunca vou conseguir adquirir um desses…
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Bem massa, ainda prourando esse mangá pra comprar ou em scan.
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Olá, eu estava lendo os comentários do post, e vi sobre os 3 generais que não aparecem no anime (Ashira, Baram e Vepal), não teria como você tirar uma foto deles? Eu queria muito ver como é o shakiti deles, até pensei em comprar o manga por causa disso, mas não acho, de vez em quando aparece no ebay mas é sempre MUITO caro e nunca tem a foto do produto, só uma imagem da capa igual você acha no google, não parece nada confiável.
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Olá! Os três, que se apresentam como “San Jyakkishin” (algo como “Três Deuses Demônios da Malícia”), têm uma participação de destaque nos capítulos 4 a 6 e aparecem usando mantos sobre os shakti, deixando visíveis apenas manoplas, ombreiras e elmos. O Baram é o único que remove o manto e exibe o shakti completo. Acrescentei duas imagens no final do texto.
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https://edusworld.wordpress.com/2020/07/20/shurato-manga-traduzido/?fbclid=IwAR1JpIm_GW2N50IaPNhBhmJsdyUAJG_AJSnt5f7Lzfl_OorGwkZ5–ooiTM%208%20min link do manga completo as imagens foram refeitas em uma qualidade absurda
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Explice as figuras por traz dos shaktis e seus mitos
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Sobre os mitos dos quais os shakti usam a iconografia daria todo um texto sobre. Mas os dos protagonistas são alusões às oito divindades que têm a função de atuar como um tipo de guarda-costas de Buda.
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